Trauma infantil
- anajuliahspsi
- 1 de abr.
- 2 min de leitura

Você pode já ter sido vítima ou até mesmo estar acompanhando essa engrenagem sem ter consciência disso.
A correria diária pode fazer com que pais, cuidadores, pessoas na referência de cuidado, se distanciem progressivamente das crianças, da sua respectiva realidade psíquica e do ambiente que a circunda. Nesse contexto, o diálogo entre esses tende a enfraquecer, tornando-se escasso, e as trocas de afeto e comunicação silenciam-se, abrindo espaço para a dor e angústia. Estar atento às necessidades dos filhos e apoiá-los no seu crescimento emocional — nomeando e reconhecendo suas emoções, identificando dificuldades e validando seu discurso — é essencial para promover um desenvolvimento emocional saudável e equilibrado.
A criança tende a direcionar-se a um adulto para que este a ajude a dar sentido às experiências que ainda não ganharam representação, podendo este ajudá-la a elaborar suas vivências. Aqui podemos mencionar brigas escolares, bullying, relações desagradáveis ou até mesmo violências dos mais variados gêneros.
Traumas infantis podem se estruturar justamente na ausência de amparo e escuta do adulto a quem essa criança destina a palavra. De acordo com Kupermann (2015), o que torna um trauma realmente prejudicial é o momento que vem depois do evento traumático: a negação do que aconteceu, em psicanálise, a "desmentida". O autor Ferenczi abordou em seus estudos que, para uma criança, o pior é quando os outros a invalidam, negam seu sofrimento. Nesse caso, o problema não está na intensidade do trauma, mas na forma como o adulto lida com isso e contribui para que aquela experiência dolorosa não tenha um impacto tão violento no desenvolvimento emocional do sujeito. Em outras palavras, a falha ocorre na relação entre a criança e o adulto, especialmente quando o adulto nega a realidade dos fatos.
Nossas crianças e adolescentes precisam de atenção, escuta e amparo. As telas não substituem a presença do cuidador e os efeitos das ausências podem ser difíceis de administrar sozinho em um corpo tão imaturo.
Se você se já foi vítima de desamparo ou precisa de ajuda nos cuidados com as crianças e jovens, posso te ajudar. Você não está sozinho!


